Resposta: o próprio bebê.
A resposta parece óbvia, não é? Mas no dia a dia, outros fatores, além da maturidade do bebê, determinam a data de nascimento.
Médicos ou pais, muitas vezes, têm agendada uma data para induzir o parto ou para realizar uma cesariana para que o bebê possa nascer antes que o pai ou o médico saia da cidade, ou em tempo para que a avó – que mora em outra cidade – o visite, ou ainda para coincidir com uma data significativa na história da família.
Segundo levantamento realizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar, ANS, cerca de 85% dos partos feitos, em 2008, em hospitais particulares do Brasil, foram cesarianas. Há cinco anos, esse índice era de 79,2%. Esse número deve ser encarado como um alerta, principalmente quando se leva em consideração o recomendado pela Organização Mundial de Saúde, OMS, que é de 15% de cesáreas. Com certeza, este aumento não se deve ao aumento de motivos reais para a realização deste tipo de parto, como os casos de alguns problemas cardíacos da mãe ou quando a placenta recobre o colo do útero. A maioria das cesáreas é agendada com antecedência.
As razões para este aumento alarmante são culturais.
Muitas mulheres ainda temem as dores do parto normal por não receberem informações adequadas; entretanto, graças aos avanços das técnicas de anestesia, um parto normal com conforto é, sim, possível.
Garantir que a gestante e o nenê mantenham-se saudáveis durante os nove meses é a principal missão do pré-natal, mas o período também possui outros atributos.
A gestação é um período marcado por transformações físicas e emocionais, por isto, tanto a gestante quanto o seu companheiro têm muitas dúvidas durante este período que antecede o nascimento. Todo casal que espera um bebê deve ter respostas às suas indagações. Quanto mais seguros sobre todo o processo que está por vir, melhor e mais tranquilo será o parto. Todas as vantagens e desvantagens de cada escolha devem ser esclarecidas.
Respeitar a maturidade do bebê, sem antecipar seu nascimento, tem seus motivos:
– Órgãos importantes, incluindo o cérebro, fígado e pulmões, podem não estar plenamente desenvolvidos;
– Bebês nascidos antes do tempo são mais propensos a ter problemas de visão ou de audição;
– Os bebês que nascem muito cedo são muitas vezes demasiado pequenos;
– Bebês que vêm ao mundo prematuramente são mais propensos a ter dificuldades de sucção e de deglutição ou de ficar acordado o tempo suficiente para comer.
Além dos benefícios para o bebê, o parto normal também é vantajoso para a mãe.
O período que antecede o parto pode até ser mais angustiante, mas uma vez em trabalho de parto, a própria mulher passa a ser a protagonista, podendo experimentar sensações muitas vezes ausentes na cesárea com dia marcado. Somando-se aos aspectos emocionais e de realização pessoal, o parto normal também tem menores taxas de complicações que a cesárea, como infecções, hematomas e dificuldades de cicatrização. A recuperação é mais rápida, propiciando mais qualidade na interação da mãe com o recém-nascido, momentos tão importantes e inesquecíveis na vida de ambos.
A hora certa de ir para a maternidade é uma das principais dúvidas quando se chega ao fim da gravidez. Alguns sinais indicam que o momento está próximo, mas eles variam de mulher para mulher e diferem a cada gestação. O mais provável é que o trabalho de parto se inicie na forma de cólicas-contrações. Esse é o sinal mais comum para 60% das mulheres. Outro indício de que chegou a hora é a ruptura da bolsa, identificável pelo vazamento de líquido amniótico pela vagina, que ocorre em 20% das gestações. O aviso de que a hora chegou também pode ser um pequeno sangramento. Apenas em uma minoria dos casos, as mulheres não apresentam nenhum destes sintomas.
Conhecer estes sinais de alerta pode ser útil para avaliar, com mais precisão, principalmente na primeira gravidez, se realmente é o momento de pegar as malas e ir para a maternidade. É comum que no fim da gestação, a ansiedade e os palpites e comentários aumentem, o que costuma atrapalhar a interpretação correta destes indícios.
Desde o início do pré-natal, procuramos conscientizar as gestantes que acompanhamos que não faltam avisos que indicam que o trabalho de parto vai começar. Nenhum bebê nasce tão rapidamente a ponto da mãe não perceber o gradual aumento dos sinais de que ele vai nascer… Se durante os nove meses a mãe for bem orientada e acompanhada, o parto normal passa a ser sua escolha natural.