Muitos casais se deparam com um fato inesperado quando decidem ter um filho: a infertilidade, permanente ou temporária. Normalmente, a mulher que não faz uso de métodos contraceptivos, pode levar até 12 meses para engravidar. Em princípio, mulheres que utilizam anticoncepcionais orais podem engravidar assim que o uso das pílulas for interrompido. Já os anticoncepcionais injetáveis de aplicação mensal ou trimestral podem ter um efeito cumulativo no organismo.
Um casal é considerado infértil quando não consegue conceber num período de 12 a 18 meses, sem uso de métodos anticoncepcionais, mantendo relações sexuais frequentes!
Se a gravidez não vier naturalmente em um ano, o casal deve procurar ajuda médica. Ou mesmo antes, se houver suspeita de alguma causa de infertilidade como, por exemplo, cirurgia abdominais anteriores.
O mais importante, antes de desistir do sonho de ter um bebê, o casal deve saber que infertilidade não significa incapacidade permanente de concepção. Por isso é preciso procurar auxílio profissional para investigar as causas que dificultam a gravidez e partir para o tratamento mais adequado e, se necessário, para a fertilização in vitro.
A constatação de problemas de fertilidade só é feita com acompanhamento médico e exames que podem revelar as causas e traçar diagnósticos precisos para cada disfunção. A infertilidade, masculina ou feminina, pode ser revertida em muitos casos. Com tratamento adequado, as chances de gravidez chegam a 30%, mesma taxa de um casal que não apresenta problemas.
Causas da infertilidade feminina
Problemas ovulatórios, obstruções na trompa (tuba uterina), doenças uterinas, infecções no colo do útero e fatores imunológicos estão entre as principais causas de infertilidade feminina. Muitas mulheres apresentam dificuldades para ovular causadas pela Síndrome dos Ovários Policísticos ou por disfunções na tiroide ou em outras glândulas.
As obstruções nas trompas podem ser causadas pela endometriose ou algum tipo de aderência que dificulte a mobilidade, ou seja, o transporte do óvulo até o útero que é realizado pela trompa. Em alguns casos, os problemas estão localizados no útero, causados por miomas (leia mais) e pólipos. As infecções do colo do útero também impedem a gravidez porque deixam o muco vaginal hostil, não permitindo a sobrevivência e a passagem do espermatozoide.
Há casos também em que a mulher não engravida porque seu sistema imunológico entende o espermatozoide como um intruso e o rejeita. Somados aos fatores biológicos, estão o uso de drogas, álcool, remédios sem prescrição e hábitos de vida sedentários que podem causar infertilidade também.
Exames que auxiliam o diagnóstico
O médico especialista, após ouvir o problema do casal, pode investigar várias das hipóteses citadas anteriormente antes de atestar a infertilidade do casal ou de definir um tratamento. Contamos hoje com uma série de exames que apontam onde está a dificuldade feminina para a fecundação.
Inicialmente deverá ser feita monitoração da ovulação, as dosagens hormonais e o controle do ciclo menstrual. Aqui o médico necessita de exames laboratoriais e ultra-som, que averiguá o crescimento dos folículos do útero e o funcionamento das glândulas.
A depender destes resultados, bem como da suspeita diagnóstica da causa da infertilidade, outro exame, a histerossalpingografia, é o passo seguinte: ele avaliará a mobilidade e permeabilidade das trompas, atestando se elas permitem ou não a entrada do espermatozoide para a fecundação do óvulo.
O diagnóstico completo pode ocorrer com a laparoscopia ginecológica. Este exame só é feito quando os anteriores não esclarecem a causa da infertilidade feminina e o espermograma do parceiro não apresenta problemas.
A laparoscopia é muito empregada no diagnóstico e tratamento de doenças existentes no interior do abdômen como a endometriose, miomas, cistos de ovário, dor pélvica aguda ou crônica, aderências genitais e também no diagnóstico de infertilidade. Por se tratar de um exame minimamente invasivo, a videolaparoscopia _ realizada sob anestesia geral _é um exame de excelente recuperação.