Assim que o bebê nasce, o metabolismo da mãe está preparado para oferecer o melhor alimento do mundo para seu filho: o leite materno. Amamentar é amar. Um verdadeiro “elixir” que já vem pronto, está bem a mão, na temperatura certa, com as quantidades adequadas de proteínas, anticorpos, carboidratos; aconchego, segurança e proteção. É sinônimo de saúde, tanto para a mãe como para o filho. É tão simples e natural que as fêmeas, na natureza, amamentam sem dicas ou qualquer auxílio. Quem encara esse desafio _ para nós, mulheres, não deixa de ser um desafio_ com certeza, desfruta de um prazer indescritível. É gratificante física e emocionalmente. Cabe a você, mulher, decidir…
Como salienta o pediatra Gerson Matsas, do Hospital Samaritano, “o leite materno é completo, o único que tem todos os nutrientes específicos para os seres humanos. Protege o bebê contra alergias, doenças, hidrata-o e garante seu bom crescimento e desenvolvimento. Sem mencionar o excelente vínculo que se estabelece entre mãe e filho durante a amamentação”.
Médico Convidado
Dr. Gerson Matsas (CRM 53436)Pediatra do Pronto Socorro Infantil do Hospital Samaritano, em SP.
Atualmente há suplementos de todos os tipos, industrializados para se aproximarem ao máximo da qualidade do leite humano. Mas, como explica o pediatra às mães de seus pequenos pacientes: “leite de vaca é produzido para bezerro, não para nós”.
Mães de primeira viagem, amamentar não tem segredo, só requer… Prática!
Embora seja tão natural, para amamentar, a mulher deve ter certos cuidados. Preparar as mamas durante a gestação é um bom começo _ para tanto, nada melhor do que contar com a orientação do obstetra. Visitar o pediatra antes do nascimento também é aconselhável, além de conhecer o profissional que irá lhe dar assistência nos primeiros cuidados com o bebê, uma boa conversa prévia à vida de mãe ajuda a evitar algumas dores de cabeça, e, por que não, de mamas.
Esse preparo serve para prevenir o que o doutor Gerson classifica como um dos principais obstáculos à amamentação: as fissuras nos mamilos. “O bebê deve pegar o bico e a aréola quando mama, esta é a pegada certa, que não prejudica o seio e indica que a criança está realmente sugando leite e não apenas chupando o bico”, orienta. Parece simples, mas, quando o leite desce, pode ocorrer a ingurgitação: os seios ficam túrgidos (inchados), muito cheios, dificultando a “pega” correta pelo recém-nascido e consequentemente ocasionando pequenas rachaduras nos mamilos, tornando a amamentação dolorida. Não sendo esvaziado, o leite empedra, causa dores e o neném não consegue mamar.
Em vez de entrar em pânico e apelar para a mamadeira, a mãe DEVE procurar a ajuda do especialista e, é claro, não desistir. “Massagens sobre os nódulos e compressas frias ajudam a desfazer esses nódulos e diminuir a inflamação. Se a mãe perceber que o seio ainda está cheio após a mamada, ela deve fazer uma ordenha para evitar que o leite empedre”, aconselha Matsas. Porém, lembre-se, sendo bem orientada antecipadamente, a chance de que você tenha problemas, é bem menor.
Uma das principais recomendações do pediatra às mães é simples e eficiente: “deixe-se guiar pela sua intuição, aquele sexto sentido que toda mãe tem”. Cercada de informações, conselhos de mãe, sogra, avós, vizinhas, o bebê chorando… o pediatra afirma que a mãe deve usar da sua sensibilidade, manter a serenidade e desfrutar o momento mágico da amamentação. “Nessa hora, apelando para seu lado materno, geralmente as mães acertam, sabem, por instinto, o que é melhor para o seu filho. Vale ressaltar, que ocorrem três nascimentos. Com o bebê, acabam de nascer um pai e uma mãe que têm muito que aprender”.
Dicas de amamentação
Será que meu leite é fraco? Qual o tempo ideal de cada mamada? Meu filho está satisfeito? Será que ele precisa tomar água? Estas são apenas algumas dúvidas que surgem quando se chega da maternidade com o primeiro filho.
A mulher que opta pela amamentação natural precisa manter a calma, dormir, alimentar-se e hidratar-se bem. Como avisa o pediatra Gerson Matsas, “não é o momento para dietas de emagrecimento ou pouco calóricas. A mulher deve estar bem nutrida, com um regime equilibrado, pois ela será a fonte exclusiva de alimentação do bebê através do leite pelo menos até o sexto mês”.
Para tranqüilizar a puérpera (como a recente mamãe é chamada), o médico é enfático ao dizer que “não existe leite fraco. Em questão de qualidade nutricional, o leite de toda mulher é idêntico, seja ela uma africana subnutrida, uma americana superalimentada ou uma brasileira. Dependendo do estado de saúde da mãe, há diferença apenas na quantidade de leite produzida”.
Para saber se o bebê está mamando a quantia necessária é só ficar de olho na balança: “se o neném está aumentando o peso e crescendo, é sinal que está sendo bem alimentado”, garante Matsas.
Inicialmente sem horário fixo, depois espaçando as mamadas de duas em duas horas, ou a cada três horas, dependendo da criança, aos poucos, mãe e filho começam a se entender e a amamentação passa a ser uma deliciosa rotina. A produção do leite obedece à demanda, quanto mais ele mamar, mais leite a mãe produzirá.
Nem de água o bebê tem falta, uma vez que ela também está presente na composição do leite humano.
Estética é um assunto à parte, mas, para tranqüilizar as mais preocupadas, os especialistas afirmam: a mulher que amamenta volta mais rapidamente à antiga forma.
O leite materno protege a criança contra infecções, diarréias, alergias e doenças. “O bebê nasce sem defesas e, inicialmente, recebe os anticorpos através do leite da mãe, posteriormente através de vacinas e pelo contato”. Se a mãe precisa retornar ao trabalho, ela pode retirar o leite e conservá-lo na geladeira (por até 12 horas) ou no congelador (por até 15 dias). Mais importante que o amamentar em si, é garantir ao bebê o leite materno, o máximo de tempo possível”, recomenda o pediatra.