A primeira vez existe para o homem e para a mulher
Nem sempre é fácil para os pais aceitarem essa realidade, mas é preciso entender que estamos vivendo em outra época e temos que valorizar o que de bom ela tem.
Esse momento está na cabeça de cada menina e menino, evidentemente na cabeça daqueles que receberam orientação adequada na família. De qualquer maneira, trata-se de uma decisão pessoal. A maioria das meninas procura o ginecologista quando está prestes a começar a vida sexual. Nem sempre as informações recebidas em casa são suficientes. Por isso, na primeira consulta, o diálogo é mais importante do que o exame ginecológico. E o menino… a quem recorrer? Amigos, pais, pediatra?
Uma dúvida muito comum das meninas é sobre o rompimento do hímen. Existem diferentes tipos de hímen. Há hímens com pequenas perfurações, outros com muitas ou grandes perfurações, aqueles que não são perfurados, hímens complacentes… O hímen é uma membrana que normalmente é rompida na primeira relação sexual. Um ou outro tipo pode apresentar alguma dificuldade. Outro mito muito comum entre as adolescentes refere-se ao sangramento na primeira relação. Mulheres com hímen complacente, em que a membrana não fecha a parte central da vagina, facilitam a penetração do pênis sem qualquer traumatismo e não há perda de sangue.
A ausência de sangue na primeira relação foi motivo de problemas sérios no passado e não faz mais sentido desconfiar do passado da parceira simplesmente pela ausência de sangramento. É um momento marcante na vida desta mulher, que deve ser curtido!
É preciso lembrar também que muitas adolescentes engravidam durante a primeira relação sexual porque acham que a primeira vez não oferece risco. Precisamos explicar às adolescentes que, assim que ela menstruou, ela está preparadíssima para engravidar. Há exceções em que a gravidez ocorre antes mesmo de a menina ter menstruado, apenas porque a gravidez ocorreu já na primeira ovulação. No entanto, essa não é a regra. O normal é a menina apresentar o fluxo menstrual e depois engravidar.
Por isso, reforçamos sempre com a adolescente que, assim que ela começa a atividade sexual, ela precisa proteger-se contra uma gravidez indesejada, porque ficar grávida com quinze, dezesseis anos, representa um grave problema social.
É muito comum também que meninas que têm relacionamentos esporádicos achem melhor usar preservativos do que tomar pílula. O problema é que nem sempre o preservativo é usado. Ás vezes, usado de forma errada por falta de orientação ou experiência e, na dúvida, ela acaba recorrendo à pílula do dia seguinte.
A pílula do dia seguinte não deve ser utilizada com regularidade pelas adolescentes. É preciso orientação médica antes de tomar o medicamento, que na verdade, são dois comprimidos para serem tomados de uma vez em até 72 horas depois do ato sexual suspeito ou desprotegido. As complicações ocorrem quando o uso esporádico se transforma em rotina. Usar a “Pílula do Dia Seguinte” rotineiramente é contra-indicado porque leva a quadros de irregularidade menstrual e pode alterar as características hormonais da menina.
Enfim, meninas, quando perceberem que está chegando a hora , não se acanhem, mas sim, procurem um médico de sua confiança e tirem todas as suas dúvidas. A prevenção é o melhor remédio para se evitar futuras dores de cabeça e uma boa orientação médica favorecerá que este momento tão especial seja curtido como merece!